Projovem Adolescente: Transformando Vidas através da Educação e Desenvolvimento Social
1. Finalidades, Configuração e Dinâmica do Projovem Adolescente – Serviço Socioeducativo
O Projovem Adolescente constitui um componente da Proteção Social Básica, integrado ao arcabouço da Política de Assistência Social (PNAS) e ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e está associado ao Centro de Referência e Assistência Social – CRAS. O foco prioritário desse serviço é reforçar a proteção social à unidade familiar, por meio do suporte direto aos adolescentes de 15 a 17 anos. Esses jovens são oriundos de famílias que fazem parte do Programa Bolsa Família, estão conectados ou provêm de programas e serviços de Proteção Social Especial, ou estão sob regimes de proteção ou medidas socioeducativas previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, com exceção daqueles em regime de internação.
O programa disponibiliza um ambiente propício à interação social que visa fomentar as habilidades dos jovens, além de promover aprendizados essenciais para uma participação ativa e reflexiva na sociedade e no mercado de trabalho. Tem como foco motivar a reintegração e a continuidade dos estudos pelo adolescente, consolidar laços com a família e a comunidade, expandir o alcance às iniciativas governamentais, reforçar a independência e incentivar a liderança social.
Está estruturado em dois ciclos – Ciclo I e Ciclo II –, promovendo atividades socioeducativas junto a Coletivos de Jovens (conjuntos de 25 jovens), sob a tutela de um Orientador Social e um ou mais Facilitador(es) de Oficinas, contando com o monitoramento e a supervisão de um profissional graduado do CRAS.
a) Ciclo I: Visa estabelecer o Coletivo de Jovens como um ambiente central de formação e de interação afetiva, recreativa e solidária para os jovens, criando possibilidades para a evolução das suas criatividades e o despertar de novas paixões. As intervenções socioeducativas devem facilitar a aquisição de conhecimento em áreas como cultura, direitos humanos e assistência social, esportes e lazer, ecologia, saúde e emprego; enfatizar a importância de ponderar sobre princípios éticos e estéticos, além da cidadania; e incentivar experiências de grupo no âmbito local e urbano.
O Ciclo I está estruturado em quatro Itinerários Socioeducativos que delineiam a rota para os Coletivos durante o primeiro ano do Projovem Adolescente, sistematizando as atividades socioeducativas e direcionando a atuação dos especialistas que trabalharão com os jovens.
- Itinerário Socioeducativo I: “Formação do Coletivo”
- Itinerário Socioeducativo II: “Fortalecimento do Coletivo”
- Itinerário Socioeducativo III: “Coletivo Investigativo”
- Itinerário Socioeducativo IV: “Coletivo Inquiridor”
A duração do Ciclo I e de cada Percurso Socioeducativo deve ser adaptada ao ritmo e peculiaridades de cada Coletivo, harmonizando-se com a dinâmica do contexto local onde está inserida.
b) Ciclo II: Visa fortalecer o Agrupamento de Jovens como local primordial de capacitação, aprofundando o direcionamento e a educação voltados ao ingresso no mercado de trabalho e ao engajamento civil. Incentiva a assimilação de técnicas comunicacionais e de ferramentas de planejamento colaborativo, culminando na criação de iniciativas coletivas voltadas ao bem comum, que simbolizem práticas concretas de vivência democrática. Este está estruturado em um único itinerário educacional: Percurso Socioeducativo V – Coletivo Articulador-Realizador.
2. Planejamento e Estratégias das Atividades Socioeducativas
As iniciativas socieducativas do Projovem Adolescente são fundamentadas em três pilares basilares:
- Inter-relações Sociais
- Engajamento do Cidadão
- Âmbito Profissional
Estes eixos coordenam e unificam seis tópicos interdisciplinares, abrangendo seus respectivos conteúdos e exercícios teóricos e práticos, fundamentos sobre os quais se estruturam as iniciativas de educação social.
As abordagens metodológicas adotadas para fomentar as atividades socioeducativas e estabelecer conexões com os adolescentes incluem:
- Aspecto dialógico e reflexivo
- Componente cognitivo
- Esfera afetiva
- Vertente ética
- Faceta estética
- Elemento lúdico
A interação entre os especialistas do Serviço Socioeducativo e os adolescentes deve ser orientada por diretrizes como o estabelecimento de ambientes socioeducativos inclusivos, a cooperação mútua e envolvimento ativo dos adolescentes, o reconhecimento e apreciação dos conhecimentos e experiências dos jovens, a geração colaborativa do saber, a integração entre aspirações individuais e comunitárias, a promoção do protagonismo e independência dos jovens, e a análise crítica acerca de preconceitos e discriminações.
3. Trajeto Socioeducativo III – “Grupo de Pesquisa”
Este trajeto é direcionado à exploração, investigação e identificação do território, visando atingir as seguintes metas:
- Promover nos jovens a inquietação e a perspectiva investigativa acerca do seu bairro e cidade.
- Criar vias de acesso a informações e prática de ferramentas de investigação científica.
- Fomentar um olhar crítico e reflexivo sobre a vivência dos direitos na comunidade local.
- Incentivar a compreensão do trabalho como um elemento central na construção de identidades.
- Proporcionar diálogos com os jovens a respeito de suas interações com o ambiente escolar.
- Realizar uma avaliação do Encontro junto às famílias e responsáveis dos jovens.
Os eixos centrais deste itinerário abarcam Juventude e Direitos Humanos e Socioassistenciais, Juventude e Meio Ambiente, bem como Juventude e Trabalho.
4. Componentes, Exercícios e Estratégias da Jornada Socioeducativa III: Assuntos Interdisciplinares
O Trajeto III expõe uma série de assuntos interdisciplinares, abrangendo tópicos e metas particulares, os quais englobam:
- Juventude e Proteção de Direitos Humanos e Socioassistenciais: Reconhecer e compreender direitos fundamentais e particularidades de grupos em situação de vulnerabilidade.
- Direitos civis e atuação política: Assimilar a evolução histórica dos Direitos Humanos e a relevância dos direitos civis e políticos.
- Garantia ao suporte social: Assimilar os direitos vinculados à assistência social como um conjunto de obrigações legais, incumbência do Poder Público e da coletividade.
- Direitos sociais e a função do corpo social organizado: Compreender a influência da sociedade na formação e no reforço dos direitos sociais.