Massa Folhada: Receitas Fáceis e Saborosas
Mil-Folhas
O mil-folhas é um doce muito famoso, feito com massa folhada e recheio de creme. Sua origem ainda é incerta, mas a versão mais conhecida é que se trata de um doce ancestral pelos mais antigos escritos da gastronomia (século XVII) e que pode ser, teoricamente, descendente da Baklava, doce de massa folhada originário do Oriente Médio e da Grécia.
Este doce possui uma extensa tradição, tendo sua elaboração aprimorada ao longo das eras. Foi o francês Marie-Antoine Carême, tido como o primeiro chef de renome, quem imortalizou essa sobremesa. Ele tinha uma predileção por trabalhar com massa folhada e foi pioneiro no desenvolvimento de doces estratificados com finas lâminas de massa e recheios suaves. Os seus doces eram exibidos nos grandes festins para a elite e a nobreza francesa. Esses festins, em sua maioria, eram providos para os convidados de Charles Maurice de Talleyrand, o antigo bispo que ascendeu à posição de príncipe e promovia grandes celebrações em seu Château de Valençay. De acordo com Carême, Valençay era o maior epicurista que ele havia conhecido.
Carême possuía uma doçaria em um local elegante e efervescente de Paris. Situava-se na rua de Paix, adjacente à Praça Vendôme, onde comercializava belos e únicos doces confeccionados com massa folhada.
Constituído tradicionalmente por três estratos de massa folhada, alternados com creme e encimados por açúcar de confeiteiro, o mil-folhas é uma sobremesa de textura ao mesmo tempo crocante e suave. Para que possa ser apreciado em perfeita condição, é essencial que seja montado quase no momento de ser servido, dado que sua qualidade se mantém por um limite de cerca de 4 horas. Para além desse intervalo, a massa folhada inicia o processo de absorção da umidade do creme, tornando-se macia.
Receita — Mil Folhas de Doce de Leite
Ingredientes
— 400 gramas de massa folhada caseira ou pronta
— 1/2 lata de creme de leite ou 100 gramas de nata fresca
— 1 vagem de baunilha ou 1 colher de café de extrato de baunilha
— 1 colher de sobremesa de canela em pó
— 1 colher de sopa de conhaque
— 500 gramas de doce de leite
Modo de preparo
1 — Abra a massa folhada com um rolo para afinar.
2 — Divida a massa em segmentos de 20 cm X 20 cm e perfure com um garfo ou palito algumas vezes.
3 — Cozinhe a massa a uma temperatura de 180 ºC até que obtenha uma cor dourada. Deixe-a de lado.
4 — Misture todos os demais ingredientes em um recipiente.
5 — Na montagem do mil-folhas, simplesmente alterne entre a massa e o recheio. Tenha cuidado para não danificar a massa folhada!
6 — Por fim, decore com açúcar de confeiteiro!
Não se esqueça de que você tem total liberdade para rechear o mil-folhas conforme sua preferência. Uma alternativa maravilhosa é preparar um mil-folhas de crème légère, cujo processo ensinamos na aula sobre recheios! Desejamos boa sorte! :)
Confira a seguir um vídeo apresentando como preparar uma receita de mil folhas com Creme Pâtissière:
Palmier
O Palmier, também conhecido como palmeira, orelhas de elefante, óculos ou coração francês é um doce tipicamente francês (palmier ou cœur de France), que possui um formato de palmeira, óculos ou de borboleta. O doce é feito com massa folhada enrolada, passado no açúcar e depois assado.
Receita — Palmier de Canela
Ingredientes
— 250 gramas de massa folhada caseira ou pronta
— 200 gramas de açúcar cristal e mais para polvilhar
— 1 colher de sopa de canela em pó
Modo de Preparo
1 — Inicie estendendo a massa folhada até atingir aproximadamente 0,5 cm de espessura. A intenção é obter 2 retângulos de cerca de 25 x 35 cm. Contudo, não se apegue excessivamente a essas medidas, a espessura da massa é o que realmente importa!
2 — Em um recipiente, combine a canela e o açúcar, em seguida, distribua sobre a massa, criando uma fina camada de açúcar.
3 — Em seguida, utilize o rolo sobre a massa para fazer com que o açúcar e a canela se fixem nela.
4 — Dobre a extremidade mais larga (35 cm) da massa até o centro. Prossiga fazendo o mesmo com a outra margem.
5 — Pressione os dois rolos moldados um contra o outro para aderir.
6 - Em seguida, despeje a massa em um recipiente e mantenha por 20 minutos no freezer.
7 — Utilizando uma faca (de preferência bem afiada), separe porções de cerca de 1 dedo e acomode a palmier em uma forma revestida com papel manteiga.
8 - Sobre cada biscoito, espalhe uma camada leve de açúcar cristalizado.
9 — Coloque os biscoitos para cozinhar em um forno previamente aquecido a 200 °C até obterem uma cor dourada.
10 — Por fim, basta retirar e deixar esfriar!
Veja abaixo um vídeo de uma receita de Palmier:
Croissant
O renomado pequeno pão de massa folhada, que pode ser preparado com recheios de salgados ou doces, possui uma fascinante história por trás de sua invenção. Contrariamente ao que muitos acreditam, o croissant não é de origem francesa, mas sim de origem austríaca, especificamente da capital, Viena, no ano de 1683.
O Império Otomano, de ascendência turca, era tido como um dos mais poderosos impérios a nível global. Em seu intento de ampliar sua soberania sobre territórios europeus, enfrentaram grandes desafios para penetrar em Viena. Em resposta a isso, iniciaram a escavação de túneis durante a noite, os quais conduziam ao coração da cidade. Contudo, havia uma coletividade de padeiros em Viena que permaneciam acordados durante a noite toda, produzindo pães para serem comercializados frescos ao amanhecer. Os otomanos não previram a presença desses trabalhadores noturnos e, em uma determinada noite de escavação, os padeiros acabaram detectando os ruídos, impedindo assim que o império conseguisse alcançar a cidade.
Conforme narrado historicamente, foram propostas algumas gratificações aos padeiros, mas estes declinaram. Seu único anseio era possuir a prerrogativa de confeccionar algo que simbolizasse a conquista sobre o adversário.
Eram versados em inúmeras técnicas, e lhes ocorreu a ideia de moldar pequenos pães folhados em uma forma semelhante a uma meia-lua. Dessa maneira, nasceu o nosso amado CROISSANT. Contudo, em seu surgimento, era conhecido como Viennoiserie, e somente por volta de 1770 veio a ser reconhecido pelos franceses. Croissant, que em francês traduz-se por "crescente", denota o formato de meia-lua. A estrutura e o nome foram eleitos para simbolizar a bandeira dos turcos do Império Otomano, que ostentava uma lua e uma estrela ao seu lado.
A dama austríaca Maria Antonieta, futura soberana da França, degustou a especialidade culinária. Era uma tradição que o monarca e a rainha usufruíssem suas refeições em público, na corte de Versalhes. Entretanto, relatos indicam que a nova rainha, Maria Antonieta, declinou-se desta prática, preferindo saborear seu "kipfel" em privacidade, uma denominação original para o que hoje conhecemos como croissant. Ao se unir em matrimônio com o rei francês Louis XIV e integrar o novo reino, Maria Antonieta foi obrigada a romper todas as conexões com seus parentes na Áustria. Em consequência disso, ela optou por consumir o kipfel, um prato que lhe remetia à sua pátria. Na França, ela passou a referir-se a sua adorada iguaria como croissant!
A delicadeza do croissant reside principalmente na sua massa. A formosura deste doce se deve às suas dobras, que distinguem as camadas distintas. O paladar que se espera é um leve gosto de manteiga, acompanhado por uma crosta estaladiça e levemente dourada, e um interior suave e com textura esponjosa. Quanto aos componentes deste encantador doce, incluem-se: açúcar, leite, farinha, sal, manteiga e ovos para pincelar!
Existem vários tipos de recheios, que podem ser tanto de sabor doce quanto de sabor salgado. A utilização de apenas manteiga é uma opção, mas é bastante frequente o uso de geleia e chocolate como recheio.
Originalmente, os croissants que conhecemos atualmente não eram assim. A massa deles era substancialmente mais densa e pesada, trazendo semelhanças com um pão convencional. Foi somente por volta de 1900 que um padeiro de origem francesa decidiu inovar na receita, proporcionando uma consistência mais leve à massa folhada. Apesar de tal modificação, muitos atribuem a criação do croissant à França, quando, na verdade, eles simplesmente aprimoraram a receita originária da Áustria.
Para preparar o croissant autêntico, a formulação da massa folhada difere ligeiramente da que compartilhamos no início da lição. Portanto, observe a receita integral a seguir:
Receita — Croissant Tradicional
Rendimento: 10 a 12 unidades de 80 gramas
Ingredientes — Massa
— 500 gramas de farinha de trigo
— 220 ml de água fria (10 º C)
— Necessitamos de 20 gramas de fermento biológico fresco ou, caso prefira, 7 gramas de fermento biológico seco.
— 50 gramas de levedura natural de trigo refinado. O mais recomendado é que a levedura esteja "revigorada", e não utilizada diretamente do refrigerador.
— 10 gramas de sal
— 70 gramas de açúcar
— 1 ovo (50 g) + 1 ovo batido para pincelar
— 25 gramas de manteiga (sem sal) amolecida
— 250 gramas de manteiga (sem sal) gelada
O ideal é sempre usar a balança de precisão!
Modo de preparo
1 — Em um recipiente de tamanho considerável, introduza a água, o açúcar e o ovo.
2 — Adicione o fermento biológico na água ou diretamente na farinha.
3 — Agora, adicione o fermento natural, o sal e a farinha.
4 — Caso possua uma batedeira planetária, faça uso dela nesta preparação. Nesta situação, para amassar a mistura, acione na velocidade mínima cerca de 5 minutos. Posteriormente, eleve para a velocidade máxima por um período adicional de 2 minutos, adicione a manteiga e continue a bater por mais 3 minutos, mantendo a mesma velocidade. Caso necessite amassar a mistura manualmente, combine todos os ingredientes (incluindo a manteiga). Amasse a mistura por algo em torno de 10 minutos diretamente no recipiente ou sobre uma superfície levemente polvilhada com farinha.
5 — Forme a massa em um formato esférico e envolva-a com um pano. Coloque-a na geladeira para repousar por um período de 60 minutos.
6 - Em seguida, remova a manteiga do refrigerador (250g) e acomode-a entre dois pedaços de papel manteiga.
7 — Empregue o rolo para golpear delicadamente a manteiga entre as folhas de papel, com o intuito de amaciá-la.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
8 — Quando a manteiga estiver levemente amolecida, aplique o rolo sobre ela com firmeza, até que se transforme num quadrado com aproximadamente 3 milímetros de espessura.
9 — Remova a massa do refrigerador e derrame-a sobre uma superfície levemente polvilhada com farinha.
10 — Com o auxílio do rolo, estenda a massa até que ela obtenha a forma de um retângulo de 60 x 30 centímetros.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
11 — Extraia a manteiga do invólucro e posicione-a sobre as porções da massa. Empregue uma espátula para moldar a manteiga adequadamente.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
12 — A seguir, faça uma dobra na massa, de modo que a metade sobreponha a outra. Certifique-se de que a parte inferior unida esteja voltada para o lado direito.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
13 — Em seguida, use o rolo para alisar a massa novamente, obtendo uma forma retangular que seja um terço mais longa do que a anterior.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
14 — Vamos proceder agora com a separação da massa em 3 segmentos. Flexione a seção inferior em direção ao centro e posteriormente realize a mesma ação com a seção superior.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
15 — Utilize o papel filme para envolver a massa.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
16 — Coloque para descansar na geladeira por 1 hora.
17 — Repita o procedimento de alongar e dobrar a massa. Polvilhe a superfície de trabalho com farinha, remova a massa do refrigerador e, usando o rolo, expanda-a para que se torne um terço maior do que o tamanho original. Em seguida, volte a dobrá-la em três partes. Embrulhe a massa em película aderente e, com a ponta dos dedos, faça dois pequenos buracos para indicar que esta é a segunda dobra. Permita que ela descanse no refrigerador por uma hora.
Fonte das fotos: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
18 — Para finalizar, realize pela terceira e derradeira vez, o procedimento de alargar e dobrar a massa. Polvilhe suavemente a superfície de trabalho com farinha e remova a massa do refrigerador. Desenrole a massa utilizando um rolo até atingir a forma de um retângulo, medindo cerca de 75 x 25 cm. Esforce-se ao máximo para manter as bordas alinhadas.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
19 — Utilizando uma faca ou um instrumento de corte para massa, faça entre 10 a 12 cortes triangulares, conforme a ilustração abaixo:
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
20 — Agora, comece a enrolar cada triângulo.
21 — Coloque-os sobre uma assadeira forrada com papel manteiga.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
22 — Envolva-os e permita que repousem por aproximadamente 2 horas fora do refrigerador.
23 — Posicione uma nova assadeira na seção inferior do forno e comece a pré-aquecer a 180 ºC. Realize este passo entre 20 a 30 minutos antes do processo de cozimento.
24 — Mexa um ovo com um toque de sal e então aplique com um pincel sobre os croissants.
Fonte da foto: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
25 — Despeje 50 ml de água na forma localizada na seção inferior do forno, e imediatamente após, insira a forma contendo os croissants no forno, mantendo a temperatura constante.
26 — Deixe assar por 15 a 20 minutos, até dourar bem.
27 — Caso o tempo tenha se esgotado e os croissants ainda não apresentem uma cor dourada, recorra à função "gratinar" durante 5 minutos.
28 — Uma vez que esteja completamente cozido, retire do forno e posicione em uma grelha por aproximadamente 10 minutos ou até que esfriem completamente.
E pronto, croissants preparados! Agora é só escolher o recheio de preferência!
Fonte e fotos da receita: https://amopaocaseiro.com.br/receita/croissant/
Veja abaixo um vídeo de uma receita de Croissant:
Pastel de Belém ou Pastel de Nata?
Poucos estão cientes, mas o Pastel de Belém e o Pastel de Nata não são a mesma coisa. O Pastel de Belém foi originado em 1837 pelas mãos dos monges do Mosteiro de Jerônimo. Ao longo dos anos, confeiteiros ao redor do mundo tentaram desvendar o mistério por trás da receita, entretanto, ela continua bem resguardada por mestres que concordaram em manter o segredo, inclusive dentro das quatro paredes da "Oficina do Segredo".
Os proprietários da reconhecida e genuína marca "Pastéis de Belém" mantêm a receita em segredo, evitando inclusive a expansão por meio de franquias ou sucursais, a fim de evitar a divulgação do mistério culinário. Atualmente, é comum encontrar pasteis de nata em muitos locais, mas o autêntico Pastel de Belém só pode ser obtido na pastelaria "Pastéis de Belém" em Lisboa.
Existem inúmeras tentativas de replicar o autêntico Pastel de Belém, no entanto, acredita-se que o segredo não reside na inclusão de um ingrediente particular, mas na técnica de preparação.
A textura da massa assemelha-se à de uma massa folhada, composta por farinha, manteiga, água e sal. Os doces são tipicamente apresentados ainda mornos, cobertos por uma fina camada de canela e açúcar. O recheio, por sua vez, é preparado com leite, açúcar e gemas de ovos.
Receita — Pastel de Nata
Ingredientes
Massa
— 300 gramas de massa folhada caseira ou pronta
— Forminhas de empada
Creme
— 1 ovo
— 130 gramas de gema de ovo
— 300 ml de leite
— 1/2 copo de farinha de trigo (mais ou menos 100g)
— Use 3 colheres de sopa de fécula de milho, o que equivale a cerca de 70g
Calda
— 300 gramas de açúcar
— 200 ml de água
— uma pitada de sal
— casca de 1 limão
— canela em pó
Modo de preparo
1 — Inicie pelo preparo da calda. Adicione todos os componentes numa panela e agite até que todo o açúcar esteja completamente dissolvido.
2 — Após uma boa mistura, coloque em fogo moderado até começar a borbulhar.
3 — Reserve a calda para o momento e comece a preparar o creme. Despeje o leite em um recipiente e, gradualmente, adicione a farinha e o amido de trigo, até obter uma mistura homogênea e consistente.
4 — Após agitar intensivamente, coloque a mistura em fogo médio e continue mexendo até que a consistência se torne mais densa.
5 — Prossiga colocando a calda gradualmente, enquanto continua a agitação. Após incorporar, mantenha a mistura por aproximadamente mais dois minutos.
6 — Desligue o fogo e deixe a mistura esfriar.
7 - Assim que o creme estiver completamente resfriado, incorpore o ovo inteiro e as gemas, e misture por mais dois minutos.
8 — Desenrole a massa folhada sobre uma superfície enfarinhada e corte-a em pedaços menores, a fim de alinhar os moldes de empada.
9 - Ao forrar as forminhas, certifique-se de que uma margem de massa sempre exceda o topo. Cada pedaço de massa excedente deve ser dobrado para formar a borda característica do Pastel de Nata.
10 — Coloque o creme em todas as forminhas.
11 — Coloque no forno a uma temperatura de 300 ºC durante 20 minutos!
Veja abaixo um vídeo de uma receita de Pastel de Nata:
Strudel
O Strudel é uma sobremesa construída em camadas, com um recheio enrolado em seu miolo. Existem divergências sobre sua origem, alguns atribuem à Áustria enquanto outros creem que foi criado na Hungria. De qualquer forma, essa receita já era incorporada na cozinha árabe e turca historicamente. Ainda hoje, é tradicionalmente confeccionada com massa "filo" e comumente recheada com maçã. A presença da massa filo é um legado culinário turco que os húngaros herdaram da invasão otomana no século XVI. Desde essas primeiras épocas, os strudels são produzidos na Hungria, com uma variedade de recheios além da maçã, como sementes de papoula, abóbora, nozes, cereja selvagem, ricota e até repolho.
Após um século e meio sob comando turco, os húngaros finalmente alcançaram a liberdade, somente para caírem sob o controle austríaco. Em um momento peculiar do século XIX, experimentaram uma safra abundante de maçãs. Esta circunstância levou os húngaros a enfatizar o uso desta fruta na elaboração do strudel. A receita ganhou popularidade por todo o império austro-húngaro e, eventualmente, encantou o continente europeu.
Por um longo período, os húngaros se destacaram como mestres na preparação de strudel. Durante a primeira parte do século 19, o strudel húngaro consolidou-se como uma especialidade notável do renomado Hotel Ritz, localizado em Paris. Aprender os mistérios da massa levou o padeiro do prestigioso hotel a viajar até Budapeste.
A massa se propagou até Viena, atravessando nações Balcânicas e a Hungria. A aclamação e popularidade do strudel na sociedade foi impulsionada pela imperatriz Maria Teresa. A receita logo se difundiu por todo o Império Austro-Húngaro e se afirmou na gastronomia mundial.
Apesar de várias tradições culinárias terem contribuído para o desenvolvimento do strudel, foram os vienenses que propagaram essa delícia pelo globo. Ademais, foi na culinária vienense que surgiram as variedades mais populares de Strudel:
→ Apfelstrudel: uma sobremesa de maçã que é a receita mais clássica e reconhecida globalmente;
→ Topfenstrudel : recheado com queijo ricota, passas e açúcar;
→ Weichselstrudel: receita com cereja-azeda;
→ Kirschenstrudel : receita com cereja doce;
→ Mohnstrudel: recheado com sementes de papoula.
A origem da palavra “Strudel” é alemã e significa redemoinho.
A chave para um strudel impecável reside na qualidade da massa, que deve ser extremamente fina e flexível, facilitando seu manuseio. A constituição da massa envolve farinha de trigo, preferencialmente com alto conteúdo de glúten. Seus outros componentes são água, açúcar, sal, manteiga e ovo. Esse composto é, então, cuidadosamente trabalhado, permitido descansar e posteriormente estendido até atingir uma finura excepcional.
Massa Filo
Qual a diferença entre massa filo e massa folhada?
Originária da palavra grega "phyllo", que se traduz como "folha", a massa filo é conhecida por sua finura extremamente delicada, chegando a quase transparência quando esticada com um rolo. Devido à complexidade envolvida no processo de alcançar a textura perfeita, muitos a acham difícil de preparar. Por esse motivo, muitas pessoas optam por comprar a massa filo pronta, similarmente à massa folhada.
Frequentemente, a massa filo e a massa folhada são equiparadas e até mesmo equivocadas, pois, indubitavelmente, exibem grande semelhança.
A massa filo, além de ser extremamente fina, sua preparação requer uma quantidade mínima de gordura. Para conseguir a textura folhada com este tipo de massa, é imprescindível empilhar diversas camadas de maneira alternada. Contrariamente, a massa folhada tem uma espessura muito mais acentuada que a primeira e demanda apenas uma única camada para alcançar o efeito pretendido.
Muitos indivíduos preparam o strudel usando massa folhada, porém, para a versão autêntica da receita, a massa filo é a mais adequada.
A massa filo requer uma atenção especial durante sua preparação, contrastando com a massa folhada, que é mais fácil de ser trabalhada. Entretanto, a textura da folhada é mais robusta e seu paladar apresenta notas mais ricas em manteiga e gordura. Por outro lado, a filo é mais suave e sutil, podendo ser classificada como mais "light".
Entendendo as diferenças fundamentais, a decisão é sua para selecionar a massa que mais se adapta às suas expectativas. Tenha em mente que sua escolha deve ser baseada na receita que pretende preparar!
Receita - Apfelstrudel
Ingredientes — Massa Filo
— 250 gramas de farinha de trigo especial
— 1 ovo
— 125 ml de água morna
— 1 Colher de chá de óleo de girassol
Modo de Preparo — Massa Filo
1 — Inicie o processo combinando os ovos, o óleo e a água. É crucial seguir as medidas precisas. Se optar por um ovo de tamanho maior, acrescente um pouco mais de farinha de trigo.
2 — Posteriormente, realize a peneiração e inclua a farinha de trigo e o sal na mistura. Amasse cuidadosamente até obter uma massa uniforme e consistente. Quanto mais tempo você amassar a massa, melhor será a qualidade final. O período ideal está entre 15 a 20 minutos.
3 — Envolva a massa em um tecido e permita que ela repouse por um período mínimo de 20 a 30 minutos. O recomendado, no entanto, é que esse descanso se estenda por 3 horas.
Ingredientes — Recheio
— 8 maçãs
— 100 gramas de açúcar cristal
— canela em pó ao gosto
— 100 gramas de uva passa
— 60 ml Amaretto ou outro licor com sabor de amêndoa
— farinha de rosca doce ao gosto
— 100 gramas de castanha de caju sem casca
Modo de Preparo — Recheio
1 — Lave e descasque as frutas.
2 — Corte-as em cubos, e misture todas em uma tigela.
3 — Umedeça as uvas-passas utilizando o Amaretto ou qualquer outro licor de sua preferência.
4 — Pique as nozes.
5 — Depois, misture todos os ingredientes, exceto a farinha de rosca.
6 — A seguir, comece a incorporar a farinha de rosca, conforme a textura do recheio. Continue esse processo até conseguir um recheio úmido, porém firme.
7 — Prove e veja se é preciso adicionar mais açúcar.
Modo De Preparo — Massa e Recheio
1 — Abra a massa bem fina.
2 — Inicie utilizando um rolo e posteriormente use o dorso da mão para alargar ainda mais a massa.
3 — Disponha a massa em cima de um tecido e espalhe o recheio no meio da massa.
4 — Dobre as bordas da massa e embrulhe com o recheio.
5 — Aplique uma combinação de gema de ovo e creme de leite na superfície para realçar a estética.
6 — Asse no forno a 160 graus por 20 minutos.
Dicas:
→ Não abra o forno durante a cocção.
→ O Apfelstrudel ideal deve apresentar um sabor de maçã intensamente suculento. A umidade do recheio pode variar e essa variação depende do tipo de maçã escolhida para a preparação. Para conseguir um equilíbrio, recomenda-se o uso de açúcar cristal, uvas-passas e farinha de rosca doce. Uma sugestão é efetuar um teste preparando um purê com a espécie de maçã adquirida.
→ Sirva com sorvete de baunilha!
Veja abaixo um vídeo de uma receita de strudel de maçã: