Entrar
Faça Login para acessar seus cursos
OU
Entrar com Facebook
Informações
alunos online
(51) 99295-1616

“Guidelines” para Prevenção de Quedas em Idosos

“Guidelines” para Prevenção de Quedas em Idosos

idosos2

O objetivo deste diagrama é orientar as intervenções destinadas aos idosos que vivem na comunidade. Se houver suspeita de alterações no equilíbrio ou na marcha, além do registro de quedas ocorridas durante o último ano, será necessária a realização de uma avaliação geriátrico-gerontológica abrangente, juntamente com avaliações específicas do equilíbrio funcional e da marcha. Com base em todos esses dados, os idosos serão classificados de acordo com o risco de queda e, a partir daí, serão implementadas intervenções específicas para cada grupo. O monitoramento subsequente deverá levar em consideração não apenas a ocorrência, a frequência e a gravidade das quedas, mas também o intervalo entre os eventos.

De forma geral preconiza-se que:

É importante questionar todos os indivíduos na terceira idade sobre possíveis eventos ocorridos no ano anterior e realizar uma avaliação de risco de quedas (conforme indicado pelos números 13, 22, 23, 44, 45 e 46).

É necessário classificar todos os indivíduos idosos de acordo com o seu grau de risco, com o objetivo de estabelecer a medida de intervenção mais adequada (39,42,46).

Para realizar uma análise completa de risco, é recomendado elencar todos os fatores presentes e classificá-los em dois grupos distintos: modificáveis e não modificáveis. Esta prática é amplamente recomendada por especialistas na área (39,36).

É imprescindível realizar uma avaliação minuciosa do equilíbrio e da marcha, utilizando testes que sejam válidos e confiáveis, levando em consideração a população estudada. É importante ressaltar que existem diversas opções de testes disponíveis, tais como os mencionados nos estudos 21, 26, 36, 38, 45 e 49.

É necessário iniciar uma análise minuciosa da situação de queda com o intuito de identificar de maneira sistemática os fatores etiológicos envolvidos, conforme aconselhado nas pesquisas (21,38).

É imprescindível uma abordagem personalizada ao tratar de fatores de risco modificáveis, utilizando intervenções embasadas em evidências confiáveis.

Para diminuir o risco relativo de quedas, é aconselhável realizar intervenções multidimensionais, uma vez que intervenções isoladas têm pouco impacto nesse sentido. Estudos indicam que exercícios, adequação de medicação ou adaptação ambiental realizados individualmente não são suficientes para diminuir esse risco (13, 16, 22, 23, 46, 50). Portanto, é importante uma abordagem mais ampla e integrada para lidar com a questão das quedas.

Para obter êxito, os programas multidimensionais devem contemplar uma avaliação completa do paciente, incluindo aspectos médicos e ambientais. É importante promover mudanças na prescrição medicamentosa e prescrever exercícios individuais para cada paciente, além de oferecer treinamentos específicos de transferência postural e marcha. Em casos específicos, é necessário encaminhar os pacientes para especialistas. Estudos comprovam a eficácia desse tipo de programa (7,10, 16, 22, 23, 53).

Após a definição do protocolo de intervenção, é essencial realizar um acompanhamento regular da ocorrência de eventos, bem como sua frequência e possíveis consequências negativas. Recomenda-se a adoção de um sistema calendário para essa finalidade, com avaliações mensais.

Estabelecer medidas educacionais visando à diminuição de comportamentos de risco (42);

Ensinar ao paciente como se levantar após uma queda (42);

É importante, em determinadas situações, realizar uma avaliação do receio de quedas e da percepção de competência em atividades corriqueiras (42).

Caso seja constatado que o paciente apresenta alto risco e declínio cognitivo, é necessário iniciar um sistema de vigilância constante, podendo ser realizado por meio de alarmes sonoros ou com a presença de cuidadores em tempo integral. É importante evitar o uso de restrição ou contenção física, conforme indicado em estudos (42, 13).

Os esforços para prevenir quedas são mais eficazes quando focados em idosos que possuem alto risco de queda e vivem na comunidade. De acordo com oito ensaios clínicos, seis deles realizados com essa população específica, ocorreu uma redução significativa no risco relativo de queda. Esses estudos incluíram intervenções multidimensionais e de exercícios, além da diminuição do uso de medicamentos psicotrópicos e avaliação ambiental por uma terapeuta ocupacional (13,).

Contudo, a ausência de uma metodologia padronizada dificulta a comparação adequada entre os estudos. Embora tenham sido realizadas intervenções multidimensionais distintas em vários estudos, não houve diferença significativa entre o grupo de intervenção e o grupo controle em relação ao número médio, cumulativo e frequência de quedas. No entanto, foi observada uma diferença significativa no intervalo de tempo entre os eventos de queda. Uma meta-análise recente, envolvendo 12 estudos, indicou uma diminuição de 4% na ocorrência de quedas em idosos submetidos a diferentes intervenções no grupo de tratamento. Os resultados também enfatizam que intervenções isoladas têm menor impacto na redução de quedas, independentemente da natureza da intervenção. Além disso, programas direcionados a idosos em risco, mas que vivem na comunidade, são mais eficazes do que aqueles voltados a idosos institucionalizados (22,23).

A tabela subsequente apresenta ações precisas, respaldadas por estudos constantes na literatura.

Abaixo, apresentamos o Quadro 4, que traz uma lista de intervenções recomendadas para tratar fatores de risco e causas de quedas em idosos. É importante ressaltar que essas intervenções devem ser aplicadas de forma individualizada, considerando as particularidades de cada paciente. Algumas das intervenções sugeridas incluem: ajuste de medicamentos que possam causar tonturas ou sonolência, supervisão e auxílio para atividades diárias, avaliação e adaptação do ambiente domiciliar, prática regular de atividades físicas e treinamento de equilíbrio e força muscular. Além disso, é fundamental identificar e tratar problemas de saúde que possam contribuir para as quedas, como problemas de visão, falta de vitamina D e osteoporose. É importante lembrar que a prevenção de quedas em idosos é um processo contínuo e que requer a participação ativa do paciente, familiares e profissionais de saúde. A adoção de medidas preventivas pode reduzir significativamente a incidência de quedas e melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Fator de risco ou causa presente

Intervenção

Fraqueza muscular de MMII

Distúrbio de equilíbrio

Distúrbios de marcha

Déficit visual

Déficit auditivo

Hipotensão Postural: queda sintomática de 20 mmHg na PA sistólica mensurada entre 1 a 5 minutos após ficar de pé a partir da posição deitada ou sentada

Uso de medicações psicotrópicas

Presença de riscos ambientais

Presença de queixa de tontura

Necessidades específicas nas eliminações

Distúrbios de comportamento: agitação psicomotora. Confusão mental

Doença de Parkinson, parkinsonismo, acidente vascular encefálico, artrite, neuropatias, demência

Distúrbio de atenção: dificuldade em dupla tarefa: motora e cognitiva concomitantes

Programa de fortalecimento muscular de quadríceps e dorsi-flexores de tornozelo. Exercícios excêntricos são recomendados.

A eficácia é maior se forem realizados para grupos de idosos de alto risco e se forem supervisionados por fisioterapeuta

Treino de equilíbrio em relação à integração das informações sensoriais, ao controle dos limites de estabilidade, ao controle da rotação de tronco e na eficácia das estratégias motoras.

Recomenda-se a prática de Tai Chi.

Podem ser realizados em casa mas, devem ser monitorados por fisioterapeuta.

Adequação e ou prescrição de dispositivos de auxílio à marcha. O treino de uso adequado é recomendável.

Visita regular ao podólogo.

Adequação de lentes corretivas. Visita anual ao oftalmologista.

Evitar o uso de lentes bifocais.

Acompanhamento cuidadoso do equilíbrio corporal após cirurgia de catarata.

Prescrição e uso adequados do aparelho de amplificação sonora.

Revisão da medicação, elevação da cabeceira da cama, orientação de movimentos de MMII antes de se levantar.

Rever a necessidade de uso de anti-psicóticos, anti-depressivos e benzodiazepínicos (curta e longa duração). Prescrever um número reduzido de medicações e levantar o uso de medicações sem prescrição médica

Modificação ambiental só foi eficaz na redução das quedas quando realizada após avaliação feita por profissional de terapia ocupacional e fornecido as adaptações necessárias.

Inquérito sobre tontura. Se presença de quadro de tontura (vertigem, cabeça oca, flutuação, afundamento, etc) encaminhamento ao otoneurologista. Se diagnosticada síndrome vestibular, implementar Reabilitação Vestibular.

Evitar ingesta hídrica antes de dormir.

Acender luz ao ir ao banheiro durante a noite ou deixar luz noturna acesa.

Utilização de fraldas noturnas

Realizar reabilitação funcional do assoalho pélvico.

Avaliar se há presença de quadro de estado confusional agudo.

Adequar o ciclo vigília-sono.

Implementar medidas de higiene do sono.

Evitar eventos estressores.

Usar terapia de validação.

Evitar restrição física ou medicamentosa.

Vigilância contínua

Manejo farmacológico específico.

Fisioterapia especializada.

Avaliação específica do desempenho por meio do Timed up & go modificado.

Treino de Equilíbrio associado ao treino cognitivo



Este artigo pertence ao Curso de Cuidador de Idosos Faça o Curso completo!!
MixCursos Online © 2024, marca registrada. Todos os direitos reservados.