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Incontinência Urinária

Introdução

A incontinência urinária é caracterizada pela perda incontrolável de urina. Pode ocorrer em qualquer idade, mas as causas variam entre as faixas etárias. A incidência da incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade, afetando aproximadamente um em cada três idosos. As mulheres têm o dobro de probabilidade de serem afetadas em comparação aos homens. Mais de 50% dos residentes de asilos de idosos apresentam incontinência. Essa condição pode levar à hospitalização de idosos e contribuir para o desenvolvimento de úlceras de pressão, infecções urinárias e depressão. Além disso, a incontinência urinária pode causar constrangimento e frustração.

Fisiologia da Micção e Tipos de Incontinência Urinária

Os rins produzem urina constantemente, que flui pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada. O colo da bexiga, circundado pelo esfíncter urinário, mantém fechado o canal que leva a urina para fora do corpo (uretra), retendo a urina no interior da bexiga até que esteja cheia. Quando a bexiga enche, estímulos são enviados ao cérebro, e a pessoa tem consciência da necessidade de urinar. Ela pode decidir conscientemente se irá urinar ou não. Quando a decisão é urinar, o esfíncter relaxa, permitindo que a urina flua pela uretra, enquanto os músculos da bexiga se contraem para empurrar a urina para fora. Essa força de expulsão pode ser aumentada com a contração dos músculos abdominais e do assoalho pélvico.

Existem diferentes tipos de incontinência urinária, classificados de acordo com o modo e o momento do início da perda de urina:

  1. Incontinência de Urgência: caracterizada pelo desejo urgente de urinar seguido pela perda incontrolável de urina. Pode estar associada à infecção do trato urinário, bexiga hiperativa, obstrução do fluxo urinário, cálculos e tumores na bexiga, ou efeitos colaterais de medicamentos.

  2. Incontinência por Esforço: ocorre quando há escape de urina durante atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como tosse, riso, esforço, espirro ou levantamento de objetos pesados. Pode ser causada pela fraqueza do esfíncter urinário, alterações anatômicas resultantes de partos múltiplos ou cirurgia pélvica, ou remoção da próstata nos homens.

  3. Incontinência por Transbordamento: caracterizada pelo acúmulo de urina na bexiga, que se torna excessivamente cheia e leva a escapes intermitentes de urina, muitas vezes sem a sensação de bexiga cheia. Pode ser causada por obstrução do fluxo urinário, fraqueza da musculatura da bexiga, disfunção nervosa ou efeitos de certos medicamentos.

  4. Incontinência Total: ocorre quando há escape contínuo de urina devido ao mau funcionamento do esfíncter urinário. Pode ser causada por defeito congênito ou lesão do colo da bexiga.

  5. Incontinência Psicogênica: decorrente de causas emocionais e não físicas, como distúrbios emocionais ou depressão.

Também é possível ocorrer uma combinação de diferentes tipos de incontinência, conhecida como incontinência mista.

Causas e Fatores Contribuintes

A incontinência urinária pode ter diversas causas, dependendo do tipo de incontinência:

  • Incontinência de Urgência: pode ser causada por infecção do trato urinário, bexiga hiperativa, distúrbios neurológicos, consumo excessivo de bebidas com cafeína ou álcool, irritação da bexiga ou uretra (como vaginite atrófica ou constipação grave).

  • Incontinência por Esforço: pode ocorrer devido à fraqueza do esfíncter urinário, alterações uretrais após partos múltiplos, deficiência de estrogênio em mulheres na pós-menopausa, remoção da próstata ou lesão da uretra ou colo da bexiga em homens.

  • Incontinência por Transbordamento: pode ser causada por obstrução do fluxo urinário (aumento benigno da próstata em homens, estenose uretral em crianças), fraqueza da musculatura da bexiga, disfunção nervosa ou certos medicamentos.

  • Incontinência Total: pode ser decorrente de defeito congênito ou lesão do colo da bexiga ou uretra.

  • Incontinência Psicogênica: resulta de causas emocionais e psicológicas, como distúrbios emocionais ou depressão.

Fatores de risco incluem envelhecimento, gênero feminino, histórico de partos múltiplos, obesidade, doenças neurológicas, diabetes, constipação crônica e certos medicamentos.

Diagnóstico

O diagnóstico da incontinência urinária envolve anamnese detalhada, exame físico e, em alguns casos, exames complementares. Um exame de urina é realizado para verificar a presença de infecção. A ultrassonografia ou sondagem vesical pode ser utilizada para medir a quantidade de urina residual na bexiga. A avaliação urodinâmica, que envolve testes durante a micção, pode ser necessária em casos crônicos para avaliar a pressão vesical e o fluxo urinário.

Tratamento

O tratamento da incontinência urinária depende da causa e do tipo de incontinência, bem como das necessidades individuais. Medidas comportamentais podem ajudar muitas pessoas, como urinar em intervalos regulares, evitar irritações na bexiga e manter uma ingestão adequada de líquidos. A interrupção de medicamentos que afetam a função da bexiga pode ser útil.

Outras opções de tratamento incluem:

  • Incontinência de Urgência: técnicas de treinamento vesical, exercícios da musculatura pélvica, biofeedback e medicamentos que relaxam a bexiga.

  • Incontinência por Esforço: creme vaginal de estrogênio (mulheres pós-menopausa), exercícios de fortalecimento da musculatura pélvica, biofeedback e cirurgia em casos graves.

  • Incontinência por Transbordamento: tratamento da causa subjacente, como remoção da obstrução do fluxo urinário ou medicamentos para melhorar a função da bexiga.

  • Incontinência Total: cirurgia para reparar o esfíncter urinário ou uso de esfíncter artificial.

  • Incontinência Psicogênica: tratamento psicoterapêutico, modificação comportamental e medicamentos para inibir as contrações da bexiga.

O tratamento adequado pode proporcionar melhora significativa ou cura da incontinência urinária, permitindo que os indivíduos mantenham uma vida ativa e saudável. É de suma importância buscar auxílio médico para identificar a causa e receber orientação sobre o tratamento mais adequado para cada caso.



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